08 de março: realizações e conquistas de escoteiras de todo o Brasil - Escoteiros do Brasil
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08 de março: realizações e conquistas de escoteiras de todo o Brasil

8 março 2023

Neste 08 de março, homenageamos as escoteiras de todo o brasil com um ato simbólico de representatividade

Para homenagear nossas escoteiras e refletir sobre a importância das forças femininas em nossa instituição, os Escoteiros do Brasil mudaram a logo que representa o Escotismo brasileiro. Durante o dia das mulheres, usaremos a logo “Escoteiras do Brasil” na cor lilás, tonalidade que representa a luta mundial das mulheres por igualdade de direitos.

Direitos esses que também foram adquiridos pelas mulheres ao longo do tempo no Escotismo, já que quando criado, em 1907, o Escotismo era só para rapazes. Felizmente, em 1916 o Movimento Escoteiro passou a receber mulheres, mas apenas as adultas e apenas com uma função possível: a de chefiar as alcateias. 

O Ramo Pioneiro foi o primeiro a aceitar garotas como jovens dentro do Movimento Escoteiro. Desde 1963, o Clã Pioneiro do GE Georg Black 1/RS já realizava atividades mistas. Em 1968, seu Clã tornou-se o 1º Clã Misto do Brasil e realizou sua primeira reunião oficial, com a presença de 14 pioneiros, 7 pioneiras e 6 escotistas. A partir disso, também foi autorizada a organização de Clãs Mistos experimentais no Rio de Janeiro e em Curitiba.   

A implantação da co-educação no escotismo brasileiro, realizada de 1979 a 1982, foi um processo que tinha como objetivo comportar mutuamente meninos e meninas dentro do Movimento Escoteiro no Brasil. Foi somente aí que foram aceitos oficialmente alcateias, tropas e clãs mistos, depois de mais de 70 anos da fundação do Escotismo.

A partir de então, muitas são as histórias de mulheres que inspiram como Escoteiras do Brasil, com “e” maiúsculo e o artigo bem definido: feminino. Elas são parte de um montante de 38.817 mulheres que hoje fazem do Escotismo brasileiro, tornando nosso movimento mais igualitário do que nunca. 

Por isso hoje, no dia da mulher, gostaríamos de lembrar o nome e a história de mulheres, cujo destaque aqui em nosso site inspiraram outras tantas a seguir seus sonhos e lutar por seus objetivos. Separamos alguns nomes que na atualidade têm contribuído para levar o Escotismo a outros patamares e representam as inúmeras mulheres que fazem o Movimento Escoteiro acontecer todos os dias, sejam voluntárias ou jovens, em qualquer condição e de qualquer etnia. A vocês todas e muitas, nosso obrigada e nossa homenagem.* 

Conheça algumas escoteiras do Brasil:

Carmen Barreira – Ingressou no Escotismo em 1974. Desde 1977 participou ativamente no projeto de co-educação na UEB, levando adiante a experiência dos grupos experimentais e coordenando, juntamente com Vania Dohme e Marilson Souza, o Projeto Chapada dos Guimarães para a implantação das tropas mistas, em 1980. Desde 2022, ocupa o cargo de vice-presidente dos Escoteiros do Brasil. 

Sarah Raquel Loureiro do Amaral – Escoteira desde 1993, maranhense e presidente do Conselho de Administração Nacional (CAN). Anteriormente exerceu também a função de presidente da Região Escoteira – Maranhão, colecionando contribuições fundamentais ao Escotismo Nacional e Local, onde participou ativamente de importantes avanços da instituição.

Katarine Emanuela Klitzke – Reconhecida pela Nasa aos 18 anos por um projeto de viagem a Marte e pela revista Forbes aos 20, Katarine é escoteira há cerca de 10 anos e foi a primeira jovem a ser agraciada com a Medalha Cruz de Valor Maria Pérola Sodré, condecoração criada em 2022 inspirada por ela.

Maria José Feitosa – “Chefe Zelita” como é carinhosamente conhecida na região de Pernambuco está no Movimento desde 1953 e fundou ainda adolescente uma unidade escoteira, quando também inseriu-se em cursos de formação onde segue amplamente engajada. Já foi presidente regional, colaborou com projetos nacionais, e, localmente, assumiu diversos cargos, além de ter sido eleita quatro vezes Diretora Presidente do Grupo Escoteiro onde atua. Zelita é amplamente reconhecida e condecorada, com inúmeras medalhas, e é também um grande exemplo ao Escotismo Brasileiro.

Roseana Teresa Aben-Athar Kipman – Escoteira desde 1969,  Roseana, contribuiu ativamente para o desenvolvimento e prática do Escotismo no Brasil, República Dominicana e Haiti. Além da autoria de guias e manuais para Lobinhos e Pioneiros, destaca-se também a ajuda humanitária durante um terremoto no Haiti, feitos que a fizeram conquistar em 2022 a Medalha “Juventud de las Américas”, conferida pela Região Escoteira Interamericana.

Larissa Viana e Anita Valente – Ambas escoteiras e atuantes na ONG Bauhinia Eco-Social, as jovens tiveram seu projeto selecionado pela Organização Mundial do Movimento Escoteiro para uma vaga na COP-27, conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas. O projeto que conecta catadores de materiais recicláveis a pequenos agricultores e pessoas em situação de vulnerabilidade social foi de autoria de Larissa, mas a representação latino-americana na delegação escoteira da conferência ficou por conta de Anita, que esteve no Egito para participar da COP-27 em 2022.

Melissa Wilm – Escoteira desde os 13 anos de idade, Melissa Wilm ingressou no Movimento Escoteiro em 2009. Hoje, escotista do Grupo Escoteiro do Mar Amigo Velho 16/PR, Melissa tem 26 anos e, atualmente, exerce o cargo de Conselheira Juvenil no Comitê Escoteiro Mundial, sendo a segunda mulher brasileira a ocupar esta posição dentro do órgão.

Thaís Queiroz – Nascida dentro do Escotismo, Thaís foi representante do Brasil em eventos mundiais inúmeras vezes, sendo a primeira delas durante o Jamboree Mundial da Suécia, em uma simulação da ONU sobre mudanças climáticas. Anos mais tarde, Thaís foi selecionada como uma das 12 representantes jovens do Movimento Escoteiro a nível global e atua junto à Organização Mundial do Movimento Escoteiro em conferências, congressos e assembleias internacionais para discutir temas de interesse da comunidade escoteira.

Edna Dineli – Amazonense e escoteira desde os anos 70, ela ingressou no Movimento junto com seu filho no Grupo Escoteiro Murilo Braga, onde atuou como Akela. Foi presidente de seu grupo e presidente regional em seis gestões, sempre trabalhando pelo crescimento e fortalecimento do Escotismo no Amazonas. Edna é pioneira e grande incentivadora da formação de adultos, colaborando com a formação de dezenas de voluntários, o que mostra toda a força do engajamento feminino em prol do Movimento Escoteiro.

Melissa Martins Casagrande – Com uma bagagem de mais de 27 anos de Escotismo, Melissa foi uma das responsáveis por organizar, em 1996, o primeiro Fórum Nacional de Jovens Líderes e pouco depois, foi eleita presidente do Fórum Interamericano de Jovens, sendo uma das responsáveis pela criação da Rede Interamericana de Jovens. Ela também foi reconhecida, em 2013, pelo Comitê Escoteiro Interamericano com a medalha “Juventud de las Américas”, a mais alta condecoração do nosso continente e é a única brasileira agraciada com o “Lobo de Bronze”, condecoração outorgada pelo Comitê Escoteiro Mundial. Melissa é ainda a primeira mulher e pessoa mais jovem a ocupar a presidência de um comitê de apoio direto ao Comitê Mundial, o Comitê de Constituição.

*Texto por Diulia de Paulo Cardia, mulher, comunicadora e profissional das Escoteiras do Brasil. 

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