No aniversário de Caio Vianna Martins, relembre sua história - Escoteiros do Brasil
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No aniversário de Caio Vianna Martins, relembre sua história

13 julho 2017

Caio Vianna Martins nasceu em Matosinho (MG), em 13 de julho de 1923, arraial que hoje virou cidade. Mais tarde, mudou-se com a família para Belo Horizonte, onde estudou no colégio Arnaldo e Afonso Arinos, onde entrou para o Escotismo. Mais adiante, Caio se tornaria monitor da Patrulha Lobo.

Na noite de 19 de dezembro de 1938, o escoteiro Caio Vianna Martins, aos 15 anos de idade, estava com seu destino traçado, semelhante aos grandes heróis da história. A Comissão Executiva do Grupo Escoteiro Afonso Arinos, do ginásio do mesmo nome, de Belo Horizonte, ambos hoje inexistentes, organizou uma excursão técnica-cultural a São Paulo. A delegação era formada por 25 membros.

A composição do trem noturno estava formada com 11 vagões, sendo o do meio, 1ª Classe, ocupado pelos escoteiros. A viagem se desenrolava normalmente até que às 2h05 da madrugada do dia 19 de dezembro, entre as pequenas estações de Sítio e João Aires, aconteceu o terrível desastre, quando se chocaram o trem noturno que descia, com o trem cargueiro que subia. Muitos vagões descarrilharam, outros engavetaram e alguns se levantaram. O vagão ocupado pelos escoteiros saltou dos trilhos, ficando comprimido pela pressão dos carros restaurante e leito.

Os escoteiros que resistiram ao impacto reuniram-se em um ponto da estrada. Nesse momento, o grupo sentiu falta do Escoteiro Gerson Issa Satuf e do Lobinho Hélio Marcos. Na procura ambos foram encontrados já sem vida. Do vagão leito foram retirados colchões e cobertores, usados para abrigarem os sobreviventes. Alguns escoteiros trabalharam na confecção de macas com lençóis e paus, enquanto os demais, com as tábuas que foram retiradas dos vagões, fizeram uma fogueira para iluminar o local, facilitando o trabalho de salvamento.

Os primeiros socorros chegaram somente às 7h da manhã (cinco horas após o acidente). Os passageiros feridos, inclusive alguns escoteiros, foram transportados para Barbacena. No desastre morreram 40 pessoas.

O monitor Caio recebeu forte pancada na região lombar, sofrendo hemorragia interna. Retirado do vagão pelos companheiros e recolhido ao vagão leito, Caio Martins parecia dar sinais de estar melhor. Pouco depois, quando seria levado para Barbacena e notando que um enfermeiro se aproximava com a maca, ele olhou ao redor e viu que havia outros feridos mais necessitados. Encarando o enfermeiro, disse: “Não. Há muitos feridos aí. Deixe-me que irei só. Um escoteiro caminha com as próprias pernas”.

Acompanhado dos amigos, seguiu andando, para a cidade. O esforço que fez, porém, foi muito grande. Ao chegar ao hotel deu alguns passos e desfaleceu, em consequência da hemorragia interna que sofreu. Ele foi levado para a Santa Casa, mas veio a falecer às 2h do dia 20, na presença de seus pais. Foi sepultado no cemitério de Bonfim, zona norte de Belo Horizonte, junto do Escoteiro Gerson e do Lobinho Hélio Marcos.

Caio Vianna Martins é visto como um exemplo, e até hoje continua inspirando escoteiros com sua história de bravura e coragem.

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