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Projeto de Grupo Escoteiro curitibano auxilia na revitalização de rio da cidade
Entre os diversos projetos desenvolvidos pelos Escoteiros do Brasil, muitos grupos optam por impactar a sociedade por meio de atividades e ações ambientais. Como o próprio Baden-Powell nos ensinou, devemos “deixar o mundo um pouco melhor do que encontramos”, e agir ativamente em prol do meio ambiente é um dos pilares do Escotismo. Em Curitiba, cidade reconhecida internacionalmente pela sustentabilidade e pela relação da população com o meio ambiente, o Grupo Escoteiro São Luiz de Gonzaga (8°/PR) desenvolve desde 2006 uma ação direta de preservação do Rio Tarumã.
Contribuinte da Bacia do Rio Atuba – uma das que compõe o complexo de bacias hidrográficas da capital paranaense -, o curso do Rio Tarumã passa pelo Bosque de Portugal, um parque público da cidade, que abriga a sede do grupo escoteiro e onde acontecem suas atividades. Rodeado por propriedades residenciais, o local sofria com a ação do homem no despejar de lixo doméstico, afetando principalmente as águas. Por conta deste problema detectado, o Projeto Ekopuku Tarumã – Vida Longa ao Rio Tarumã foi desenvolvido pela Associação Educacional São Luiz Gonzaga, que mantém o Grupo Escoteiro. Renato Eugênio de Lima, presidente do Grupo Escoteiro São Luiz de Gonzaga, explica que o projeto surgiu propondo ações de despoluição e conscientização. “O projeto desde o início alcançou resultados muito importantes, além de ter mobilizado Escoteiros, a comunidade, os moradores. Tivemos importantes parceiros apoiando a causa, como a Fundação Banco do Brasil, a Itaipu Binacional, o HSBC. As entidades perceberam que era um projeto por uma causa nobre, que envolveu a comunidade. Para os Escoteiros se transformou em um projeto educativo, sobre sustentabilidade ambiental”, conta.
Neste contexto, duas escoteiras do G.E. São Luiz de Gonzaga embarcaram no projeto, atuando diretamente com a população do entorno do parque – especialmente crianças e estudantes. Rafaela Paluch da Rocha e Victoria Salomão Boschiroli ganharam destaque por inscrever uma das etapas do Projeto no Prêmio Jovem da Água de Estocolmo, evento organizado pelo Parlamento Nacional de Juventude pela Água (PNJA) e Associação Brasileira de Recursos Hídricos (ABRH). Em 2015, beneficiados por recursos da Fundação Banco do Brasil, o Grupo Escoteiro atuou com módulos de educação para a sustentabilidade focados em temas relacionados ao meio ambiente, como resíduos, consumo consciente, e principalmente a água, tendo como exemplo o Rio Tarumã. As atividades foram desenvolvidas por adultos voluntários e profissionais na área de meio ambiente e aplicadas por sêniores e guias do Grupo, juntamente com às crianças de escolas da área e escolas do Projeto Escotismo nas Escolas, sempre aplicando o Método Escoteiro no processo educativo. Rafaela e Victoria foram orientadas pela escotista Bethania Cristiane Herrmann, tanto na execução quanto na elaboração do projeto para concorrer ao prêmio,inclusive acompanhando as meninas na cerimônia de escolha e entrega do Prêmio.
Embora não tenham levado o prêmio, a dupla tem o sentimento de dever cumprido. Victoria conta que não imaginava que o projeto pudesse chegar onde chegou, e que foi uma experiência única poder apresentar o feito no 8º Fórum Mundial da Água, que aconteceu em Brasilia. “Além dos vencedores do prêmio de 2017, estavam presentes políticos da área de recursos hídricos e o embaixador da Suécia no Brasil”, explica. Rafaela, que acompanhou Victoria, destaca o interesse do público pelo projeto. “Com os presentes, pudemos trocar experiências, além de ter discussões sobre os nossos projetos e sobre a importância das atitudes da nossa geração para o futuro do país e do mundo. Mesmo não tendo o nosso projeto como o ganhador e representante do Brasil na fase internacional na Suécia, nós tivemos muito reconhecimento, e várias pessoas elogiaram a iniciativa e se mostraram realmente interessadas no projeto e no Movimento Escoteiro”, diz. A jovem Victoria esclareceu que o Projeto Ekopuku Tarumã é interessante por não depender tanto de tecnologia, e pela aplicabilidade. “É um projeto simples, e que aproveita o conteúdo aprendido pelos alunos em sala de aula, mas apresentando ações práticas de forma lúdica”, completa.
Outra etapa importante do projeto envolve justamente o monitoramento das águas do Rio Tarumã – o material colhido em vários pontos do rio, inclusive no bosque, é levado e analisado na sede do grupo pelos jovens que possuem um kit simples de análise da água. Outras análises mais elaboradas eram realizadas por laboratórios (coliformes totais, escherichia coli). O projeto no Bosque de Portugal também envolve conversas com associação de moradores, a fim de conscientizar sobre os bons hábitos na hora de descartar lixo doméstico. “Com certeza o trabalho dos Escoteiros ajudou muito, pois eles desenvolveram ações como passar de porta em porta pedindo pra cuidar do córrego, e o plantio de mudas, para melhorar o local e em termos de conscientização social foi bastante ativo e positivo”, declara Leila Maria Zem, Gerente de Educação Ambiental da Secretaria Municipal do Meio Ambiente de Curitiba. Renato Eugênio diz que os planos são de expansão com “A ideia é continuar e avançar com o projeto, e já estamos buscando novos parceiros. Queremos transformar o Rio Tarumã em um exemplo nacional de despoluição e conservação ambiental”, conclui.