O Ramo Pioneiro e os desafios com o jovem da ‘Geração Z’ - Escoteiros do Brasil
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O Ramo Pioneiro e os desafios com o jovem da ‘Geração Z’

29 maio 2018

Durante o 24°Congresso Nacional Escoteiro, entrevistamos Allan Mohr, palestrante do Indaba do Ramo Pioneiro. Com 34 anos, Allan é psicólogo da Universidade Tecnológica Federal do Paraná e professor universitário, fez parte do Grupo Escoteiro Nossa Senhora Medianeira (49°/PR), e tem experiência com os ramos Lobinho e Sênior.

– Como foi pra você participar e ser palestrante durante o Indaba do Ramo Pioneiro?
Foi muito bom. Me senti muito acolhido e a troca de experiências e informações foi muito valiosa para mim!

– Quais são as principais marcas da Geração Z?
Acho que uma das principais características dessa geração é a conectividade e sua capacidade de viver num mundo virtual por vezes mais facilmente do que num mundo dito real. Outro aspecto é a tentativa de questionar velhos padrões rígidos de imposições sociais e estabelecer padrões mais fluidos de comportamento, como as questões de gênero, por exemplo.

– E os principais desafios de se trabalhar com este grupo?
O principal desafio é que, por vezes, quem trabalha com esse grupo participa de outra geração, com regras e ideias distintos, com mais rigidez; o que faz com que a relação seja por vezes conflituosas.

– Quais as principais demandas que esta geração apresenta para a sociedade?
Acho que ela demanda mudança. E, nesse sentido, ela demanda também que suas considerações, diferentes por vezes das que estão em vigor, sejam escutadas.

– Como alinhar as expectativas do jovem da geração Z com os objetivos do Movimento Escoteiro?
Se o objetivo do ME é trabalhar para favorecer a assunção da autonomia do jovem, o ME precisa escutar esse mesmo jovem e respeitar, além de valorizar, seus posicionamentos e suas dificuldades.

– Como garantir que, em meio à tanta oferta e demandas que um jovem tem acesso (redes sociais, projetos voluntários, estudos, mercado de trabalho), o Movimento Escoteiro continue sendo atraente?
O ME só vai ser atraente se se render a essas outras demandas no sentido de poder ser também uma ferramenta para que o jovem possa acessar e trabalhar esses outros espaços. O ME não pode ficar restrito ou isolado em um lugar “isento” ou “à parte” da realidade atual.

– Como a participação no Ramo Pioneiro “influencia” a vida de um jovem da Geração Z?
Acho que o Ramo Pioneiro tem a possibilidade de ajudar o jovem a finalizar, ou ao menos aprofundar, seu movimento de construção identitária em um mundo que por vezes não escuta o jovem.

– Sendo uma geração imediatista e talvez difícil de lidar, como tratar com um jovem que não aceita ser contrariado?
Nenhum jovem, de nenhuma geração gosta de ser contrariado. Essa é a prerrogativa do jovem: questionar regras e padrões impostos. E isso porque ele está construindo uma identidade própria e isso só pode ser feito questionando e colocando outras identidades à diferença da sua. É preciso mais ajudar ele a construir algo do que contrariar o jovem. O ME deve apoiar e orientar. Esse “lance” de contrariar, corrigir, apontar erros, etc, pode ser deixado para outras instâncias sociais. O ME deve ajudar o jovem a construir sua identidade a partir daquilo que o próprio jovem traz como seus desejos.

– Qual a mensagem que você deixa para Pioneiros e voluntários neste ano de centenário?
Queria desejar muita força para que possamos continuar contribuindo para o desenvolvimento de nossos jovens, e que o espírito escoteiro se renove sempre em cada um de nós!

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