O Escotismo e a construção de um mundo melhor - Escoteiros do Brasil
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O Escotismo e a construção de um mundo melhor

22 junho 2016

Encontrei outro dia, na porta de um supermercado, um grupo de escoteiras e escoteiros, bem trajados, orgulhosos e felizes. Faziam o bem – recolhiam alimentos para distribuição aos mais necessitados. Fiquei feliz com o encontro. Como antigo escoteiro, disse para comigo mesmo: preciso escrever sobre isto. Nós, apesar de poucos, ainda existimos.
Não são apenas as iniciativas públicas que forjam uma nação, pequenas iniciativas da cidadania também contribuem para essa missão que é responsabilidade de todos.
Como despertar na criança cidadã a indispensável autoconfiança nas potencialidades da sua individualidade? Como fazer florescer a necessária compreensão da solidariedade social como virtude essencial para o seu aperfeiçoamento?
Criado na Inglaterra, em 1907, pelo ex-general britânico Robert Baden-Powell, o escotismo é um movimento educacional, complementar à educação familiar e a formal, voltado para os jovens, incentivado por adultos. Em um século de atividades, mais de um milhão de pessoas participaram do movimento em nosso país.
O caminho encontrado pelo escotismo é simples: dos sete aos 21 anos de idade, organizar e disciplinar a convivência democrática e fraterna de jovens, possibilitando a descoberta das suas potencialidades, orientados por valores tais como a honra, a paz, a cooperação fraterna com os semelhantes e o respeito à natureza.
Convivência que se materializa no contato com a natureza, onde crianças e jovens conduzem as atividades das suas pequenas comunidades. O cozinhar suas refeições, o dormir em barracas, o navegar em pequenas embarcações, o aprendizado dos primeiros socorros, a guarda noturna do acampamento onde a garotada percebe o que é ser responsável pela tranquilidade dos seus companheiros e a intimidade com a beleza esclarecedora da natureza, são alguns aspectos que fascinam uma geração acostumada a presenciar tudo funcionar com botões e controles remotos.
Uma geração que tem na família, cada vez menor e mais fragilizada na sua estrutura, seu único marco de referência de convívio humano. Uma geração que pouco encontra na escola este aprendizado com gosto de aventura. É o desenvolvimento pessoal percebido como resultado da interação honesta, não competitiva, com os companheiros do grupo. É a convivência comunitária despertando a convicção da necessária solidariedade entre os homens e mulheres, na perspectiva da construção de uma vida justa e feliz.
Ao lado de outras iniciativas da sociedade, o escotismo pode colaborar, neste momento confuso e complicado em que vivemos, na construção de um novo momento civilizacional. Povos sem práticas e crenças morais são povos que avançam na história sem rumo e sem objetivos, como turbas perdidas e decadentes.
Texto de Eurico Borba*, publicado no Correio Riograndense dia 15 de junho de 2016.
*Foram efetuadas pequenas alterações no texto original, para atualizar dados da Instituição.

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