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No aniversário de Caio Vianna Martins, relembre sua história
Caio Vianna Martins nasceu em Matosinho (MG), em 13 de julho de 1923, arraial que hoje virou cidade. Mais tarde, mudou-se com a família para Belo Horizonte, onde estudou no colégio Arnaldo e Afonso Arinos, onde entrou para o Escotismo. Mais adiante, Caio se tornaria monitor da Patrulha Lobo.
Na noite de 19 de dezembro de 1938, o escoteiro Caio Vianna Martins, aos 15 anos de idade, estava com seu destino traçado, semelhante aos grandes heróis da história. A Comissão Executiva do Grupo Escoteiro Afonso Arinos, do ginásio do mesmo nome, de Belo Horizonte, ambos hoje inexistentes, organizou uma excursão técnica-cultural a São Paulo. A delegação era formada por 25 membros.
A composição do trem noturno estava formada com 11 vagões, sendo o do meio, 1ª Classe, ocupado pelos escoteiros. A viagem se desenrolava normalmente até que às 2h05 da madrugada do dia 19 de dezembro, entre as pequenas estações de Sítio e João Aires, aconteceu o terrível desastre, quando se chocaram o trem noturno que descia, com o trem cargueiro que subia. Muitos vagões descarrilharam, outros engavetaram e alguns se levantaram. O vagão ocupado pelos escoteiros saltou dos trilhos, ficando comprimido pela pressão dos carros restaurante e leito.
Os escoteiros que resistiram ao impacto reuniram-se em um ponto da estrada. Nesse momento, o grupo sentiu falta do Escoteiro Gerson Issa Satuf e do Lobinho Hélio Marcos. Na procura ambos foram encontrados já sem vida. Do vagão leito foram retirados colchões e cobertores, usados para abrigarem os sobreviventes. Alguns escoteiros trabalharam na confecção de macas com lençóis e paus, enquanto os demais, com as tábuas que foram retiradas dos vagões, fizeram uma fogueira para iluminar o local, facilitando o trabalho de salvamento.
Os primeiros socorros chegaram somente às 7h da manhã (cinco horas após o acidente). Os passageiros feridos, inclusive alguns escoteiros, foram transportados para Barbacena. No desastre morreram 40 pessoas.
O monitor Caio recebeu forte pancada na região lombar, sofrendo hemorragia interna. Retirado do vagão pelos companheiros e recolhido ao vagão leito, Caio Martins parecia dar sinais de estar melhor. Pouco depois, quando seria levado para Barbacena e notando que um enfermeiro se aproximava com a maca, ele olhou ao redor e viu que havia outros feridos mais necessitados. Encarando o enfermeiro, disse: “Não. Há muitos feridos aí. Deixe-me que irei só. Um escoteiro caminha com as próprias pernas”.
Acompanhado dos amigos, seguiu andando, para a cidade. O esforço que fez, porém, foi muito grande. Ao chegar ao hotel deu alguns passos e desfaleceu, em consequência da hemorragia interna que sofreu. Ele foi levado para a Santa Casa, mas veio a falecer às 2h do dia 20, na presença de seus pais. Foi sepultado no cemitério de Bonfim, zona norte de Belo Horizonte, junto do Escoteiro Gerson e do Lobinho Hélio Marcos.
Caio Vianna Martins é visto como um exemplo, e até hoje continua inspirando escoteiros com sua história de bravura e coragem.