Instituto Nise da Silveira recebe atividades escoteiras com foco em saúde mental e inclusão - Escoteiros do Brasil
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Instituto Nise da Silveira recebe atividades escoteiras com foco em saúde mental e inclusão

19 agosto 2022

Sediado em um antigo hospital psiquiátrico do Rio, Grupo Escoteiro atua em prol da comunidade através de polo esportivo e assistência à saúde mental

Inclusão e Escotismo sempre andaram de mãos dadas, mas a acessibilidade, a conscientização, o suporte e o acolhimento a pessoas com deficiência ainda consistem em um desafio para todos nós como fraternidade. Fato é que muitos Grupos Escoteiros Brasil afora têm sido grandes exemplos de boas práticas que podemos adotar para tornar o Escotismo ainda mais inclusivo e acessível. 

Esse é o caso do Grupo Escoteiro do Ar Primeiro de Maio 36/RJ que já chegou a atuar diretamente com cerca de dez pessoas autistas, dentre jovens e adultos, e tornou-se uma referência quando o assunto é inclusão e acessibilidade no Movimento Escoteiro. Hoje o grupo também está se preparando para receber pessoas com deficiência visual, auditiva e também cadeirantes. Contudo, outro tema bastante presente no dia-a-dia do Grupo é a saúde mental, visto que a sede do Grupo ocupa o espaço de um antigo hospital psiquiátrico no Rio de Janeiro.

Municipalizado e sob o nome Instituto Nise da Silveira, o antigo hospital é atualmente um centro cultural e de assistência à saúde mental ligado à Secretaria de Saúde e aberto a toda a comunidade. Entretanto, o atendimento regular a pessoas com algum tipo de doença mental continua em um Centro de Atenção Psicossocial (CAPES) que funciona no local, mas com uma abordagem de tratamento muito mais humanizada e que possibilita integrar o paciente de volta à sociedade. 

É nesse contexto que está inserido o Escotismo. Fernando de Siqueira Barros, adulto voluntário do Grupo Escoteiro do Ar Primeiro de Maio, conta que um dos diretores do grupo, Nilton Policarpo, faz parte do conselho do Instituto e que a partir daí veio o convite para que os escotistas e jovens do grupo pudessem ministrar aulas de xadrez para a comunidade que frequenta o local. 

Uma parceria que começou em prol da comunidade, hoje é um vínculo muito mais forte, isso porque após conhecerem o Escotismo através do Instituto, alguns funcionários começaram também a frequentar reuniões do Grupo e participar de atividades em conjunto, como trilhas e jornadas, além das atividades em sede no domingo. Este é apenas mais um exemplo do quão importante é a nossa presença na comunidade para garantir o crescimento e a expansão do Movimento Escoteiro dentro da comunidade em que o Instituto está inserido. 

Além de servir como sede do Grupo, o Instituto Nise da Silveira também presta apoio aos escotistas e dirigentes no trabalho relacionado à saúde mental dos jovens, orientando-os como abordar a temática com crianças e adolescentes através de palestras e outras atividades, como a que o ocorreu no mês de julho com a presença das psicopedagogas Michele Joia e Simone Guerra. Na ocasião, os jovens participaram de uma roda de conversa sobre autismo que gerou reflexões sobre acessibilidade, inclusão e conscientização.

Dia de integração no Instituto Nise da Silveira com a comunidade.

Instituto Municipal Nise da Silveira

Antigo Complexo Psiquiátrico Pedro II, o instituto existe desde 1852 no Rio de Janeiro e foi o primeiro hospital psiquiátrico do Brasil e o segundo da América Latina. Localizado no bairro de Engenho de Dentro, o complexo que funcionava em um modelo de asilo, contava também com tratamentos de internação prolongada, mas utilizava-se de métodos rudimentares e até mesmo de maus tratos com os pacientes. 

Foi somente a partir de 1940, com a atuação da Dra. Nise da Silveira, que o complexo começou aos poucos a abandonar as terapias agressivas utilizadas na época e introduzir praxiterapias, ou seja, práticas variadas que possuem efeito terapêutico como pintura, desenho, música e o relacionamento com animais de estimação.  

Hoje homenageada no nome da instituição, Nise abriu caminho para que no dia 26 de outubro de 2021, após 110 anos de funcionamento como centro de internação para pacientes que sofrem com doença mental, o Instituto pudesse finalmente dar alta para seu último paciente internado e tornar-se definitivamente um centro para atividades ligadas à cultura, arte, lazer e esporte. 

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