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Escoteiros do Brasil lançam Política Nacional de Envolvimento Juvenil
“O Movimento Escoteiro não é simplesmente um movimento para jovens, cuja gestão está totalmente nas mãos dos adultos, é também um movimento de jovens, que contam com o apoio dos adultos. Desta forma, o Movimento Escoteiro propõe a criação de uma comunidade de aprendizagem de jovens e adultos, que atuam igualmente, contribuindo na mesma proporção, em uma parceria de entusiasmo e experiência” (OMME, 1998).
Baseado neste princípio fundamental, a mais de um século o escotismo mundial se destaca como uma das principais organizações de/para juventude do mundo. Mas para que continue cumprindo sua missão e atraindo jovens nos mais diversos contextos, superando as inúmeras barreiras culturais que surgem a cada geração, o diálogo intergeracional é uma condição para seu constante aperfeiçoamento, renovação de lideranças e qualidade nos processos decisórios. Trata-se de uma relação de confiança mútua entre jovens e adultos, que começam nos espaços educativos e extrapolam até os espaços institucionais.
Com isso em mente, o Conselho de Administração Nacional aprovou no segundo semestre de 2020 a “Política Nacional de Envolvimento Juvenil”, seguindo a previsão do Planejamento Estratégico 2016-2021 para sua elaboração. A mesma foi resultado de dois anos de esforços coordenados por um grupo de trabalho dentro do CAN, com o apoio de especialistas em políticas de juventude e legislação infanto-juvenil, além de consultas diversas realizadas com a Rede Nacional de Jovens Líderes, diretorias regionais, nacional e o próprio conselho.
O documento é organizado em duas metades, sendo a primeira uma fundamentação teórica com o aprofundamento de diversos conceitos e experiências de envolvimento juvenil, e a segunda das orientações práticas ao funcionamento de suas ferramentas, na forma da resolução 02/2021. Mais alguns aspectos a serem destacados sobre a política:
- Reafirma garantias institucionais diversas a participação de membros juvenis e adultos, em especial o voto aos 16 anos nas assembleias de grupo escoteiro.
- Organiza os mecanismos de consulta aos jovens menores de 18 anos, com especial atenção aos fóruns de grupo e fóruns de jovens para os ramos escoteiro e sênior, extintos desde 1996.
- Orienta o funcionamento das equipes regionais pioneiras (ou comissões pioneiras), que funcionam em diversas regiões a mais de 40 anos, mas até agora sem qualquer normatização pelo nível nacional.
- Reposiciona a Rede Nacional de Jovens Líderes não mais como a única ferramenta de promoção do envolvimento juvenil, mas agora como estrutura central e única dedicada exclusivamente a serviço desta política.
- Recomenda a criação de outras iniciativas de fomento e inovação, onde se incluem os adjuntos e diretorias juvenis, prática recentemente iniciada em algumas regiões.
A política dedica ainda grande atenção a compreensão sistêmica da figura do pioneiro, enquanto sujeitos em transição para a vida adulta, legalmente capazes. Para esta faixa etária dos 18 aos 20 anos, a política busca ampliar o entendimento sobre as diversas “situações de interseção” entre sua condição juvenil e adulta, sempre pela ótica da solução, nunca do problema.
De modo ainda a garantir sua implementação, o CAN criou uma “Comissão Permanente de Envolvimento Juvenil”, que além de pautar a PNEJ no âmbito do conselho, coordenará a redação de uma série de cartilhas previstas para os anos de 2021 e 2022. O escotismo brasileiro com isso reafirma sua tradição de envolvimento dos jovens nos processos decisórios.
Para dúvidas ou maiores esclarecimentos, dirigentes, escotistas e associados em geral podem procurar o seguinte contato: [email protected]
[Clique aqui] para fazer o download da Política Nacional de Envolvimento Juvenil.