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Tetraplégico, professor Vinícius se torna chefe escoteiro em grupo do DF
O professor Vinícius Tavares, 31 anos, é tetraplégico. Ele chegou ao Grupo Escoteiro Ave Branca com o irmão de 13 anos. Aos poucos, os ensinamentos tomaram tamanho espaço que ele também se tornou integrante. “Muitas coisas parecem bobas, mas não são. As crianças perguntam até como se faz para ir ao banheiro. Isso é bom. Mostra que elas se sentem à vontade para questionar. Num momento desses, podermos falar, por exemplo, de dificuldades estruturais dos prédios”, observou.
No último sábado, ele recebeu o lenço de chefe de equipe. Uma surpresa dos colegas de grupo. “Fiz um curso. Os integrantes do grupo ficavam pedindo os documentos e cobrando a inscrição. Eu não entendia direito. Não fazia ideia que era para isso”, brincou. Tamara Neil, uma das diretoras do Grupo Escoteiro Ave Branca, justificou o segredo. “Ele é importante para as crianças. Elas aprendem muito com ele”, reforçou.
Vinicius diz que as dificuldades diminuíram ao longo do tempo. O carioca teve, por exemplo, de entrar na Justiça para exigir a instalação de elevadores numa escola da Baixada Fluminense. “Esses problemas ficam cada vez mais raros. Ainda há muito para ser feito, mas há avanços substanciais para a realidade dos deficientes”, concluiu.
O preconceito, para Vinicius, muitas vezes, não é intencional, mas, sim, falhas na formação social das pessoas. “Algumas situações não são pensadas. Acontece um isolamento pessoal, de não saber se vai dar conta, e as pessoas, por outro lado, não estimularem. A integração das pessoas diferentes está começando”, salientou. (OA).
Fonte: Correio Brasiliense